terça-feira, 18 de maio de 2010

"Cidade de São Paulo ainda recicla apenas 1% de todo o lixo"



O programa municipal de coleta seletiva de São Paulo ainda deixa muito a desejar. É positivo que tenha passado de um sistema caro, insustentável, no início dos anos 1990, para um programa realista, baseado na inserção dos tradicionais coletores de materiais recicláveis - os catadores - de forma cooperativada.

Ocorre que, na prática, a coisa não funciona tão bem. Após sete anos, o programa da maior cidade do País ainda é inexpressivo, reciclando menos de 1% do lixo. O número de cooperativas conveniadas está muito aquém do necessário, deixando grande parte da cidade sem atendimento. E o município ainda gasta milhões com isso. Onde está o erro?

Depois de 20 anos, o sistema de coleta seletiva de lixo da Prefeitura consegue reciclar, em média, apenas 280 gramas por mês por habitante, o que significa que o paulistano só manda para a reciclagem peso correspondente a uma garrafa PET a cada seis dias. O total representa 1% de todo o lixo produzido na cidade.

A população de Porto Alegre, cujo programa de reciclagem é considerado modelo, consegue separar para reciclagem 1,3 quilo por mês por habitante - quase cinco vezes o índice de São Paulo. Em Estocolmo, na Suécia, referência mundial no processo de coleta seletiva, 25% do lixo é reciclado. Cada habitante da capital sueca recicla em média 12,4 quilos por mês - 44 vezes mais do que o paulistano.

"Faltam incentivo e investimento na organização das cooperativas e na capacitação de catadores para que o programa seja ampliado. Nessas duas décadas, a coleta seletiva ainda é algo a que só a classe média paulistana tem acesso. Os municípios precisam encarar a reciclagem como uma política pública fundamental para reduzir os riscos de enchentes e o espaço dos aterros", diz o advogado Fabio Pierdomenico, professor de Direito Ambiental e diretor da Limpurb entre 2002 e 2004.

Nos últimos três anos, os investimentos em coleta seletiva se mantiveram proporcionalmente estagnados. Em seu primeiro ano como prefeito, em 2006, Gilberto Kassab (DEM) aplicou 1,21% da verba empenhada para a coleta do lixo em reciclagem; em 2009 esse índice foi de 1,14%.

A falta de investimentos em reciclagem nas diversas fases do sistema explica por que o processo não vai para a frente. De acordo com a política municipal do setor, criada por lei em 2003, deveriam ser construídas 31 centrais de triagem em todas as subprefeituras em 2007. As obras estavam previstas no novo contrato de coleta de lixo, que entrou em vigor em 2005. Um ano antes, já existiam 14 centrais. Hoje, passados seis anos, são 16.



A coleta seletiva com a inserção de catadores é possível. E justa. Pode ser duradoura e sustentável. Mas só ser for encarada pelo governo como um serviço público indispensável, dentro de uma política de gestão integrada de resíduos. Como ampliar a coleta e estender o serviço? As soluções são simples. Descentralizem a gestão, colocando em prática o que está proposto nos planos: pelo menos uma Central de Triagem por subprefeitura.

O gargalo também ocorre na coleta seletiva nas ruas. Dos 292 caminhões contratados para recolher o lixo na capital, só 20 são destinados ao reciclável (7%).

Estagnação

A cidade de São Paulo produz mensalmente 293,9 mil toneladas de lixo, coletadas pelos consórcios Ecourbis e Loga Ambiental. Só 3.135 toneladas são recicladas - menos de 1% do lixo da capital.

Em São Paulo, o lixo reciclado é separado nas centrais de triagens pelas cooperativas de catadores associadas à Prefeitura, que vendem o material para as empresas. O ganho mensal médio de um cooperado conveniado é de R$ 700. Como são poucas as centrais de triagem, existem mais duas alternativas aos carroceiros: Atuar em uma cooperativa não conveniada ou fazer o serviço de forma autônoma. Segundo o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, há 94 grupos organizados na capital paulista, entre associações e cooperativas. Dessas, apenas 16 são conveniadas.

O catador José Carlos dos Santos, de 55 anos, sobrevive do material reciclável arrecadado em caçambas e edifícios que ainda não aderiram à coleta oficial de porta em porta nas ruas de Perdizes, na zona oeste. Após um dia de trabalho, ele chega a carregar 300 quilos em seu carrinho. Vende tudo a um ferro-velho e ganha cerca de R$ 800 por mês. Catador autônomo desde que chegou, nunca quis entrar em uma cooperativa.

Sem convênio. A Cooperglicério, onde Gilson trabalha com outros 40 catadores, também não é conveniada. Sua área, embaixo do viaduto de ligação com a Radial Leste, é cedida pela Prefeitura, mas todos os outros gastos são rateados entre cooperados, que têm apoio de empresas.

Os lucros são divididos e, após cinco anos, a cooperativa vai comprar sua primeira prensa. Hoje, o único equipamento que auxilia o trabalho é uma balança emprestada. "Protocolamos vários ofícios para tentar nos credenciar na Prefeitura. Por mais preparado que a gente esteja, eles criam obstáculos", diz Romeu Sérgio Bueno, de 55 anos, presidente da cooperativa. Para ele, é "absurdo" o carrinho ainda ser usado. "Puxamos porque precisamos, não porque gostamos. É desumano, não temos estrutura óssea para isso."


O lixo é um dos mais graves problemas ambientais que afetam o planeta terra, ameaçando todos os ecossistema existentes. O alto crescimento demográfico juntamente com o consumo exarcebado da população, especialmente nos países ricos, acarretou uma demanda imensurável na produção de lixo que afeta inclusive os oceanos. A produção de lixo urbano de toda a espécie produzido no planeta somam milhares de toneladas diariamente, grande parte sem destino certo. A reciclagem do lixo aparece já há algumas décadas como uma das melhores soluções para resolver parte desse problema, ou ao menos diminuir consideravelmente o volume do lixo.



Como o Lixo Domestico Vira Beneficio Reciclar significa repetir um ciclo. E para compreendermos a importância da reciclagem, temos de transformar o conceito de lixo.
O lixo, quando descartado de forma correta, se transforma em matéria-prima. A reciclagem surgiu como uma maneira de inserir no sistema uma parte da matéria que se tornaria lixo e, consequentemente, contribuiria para a poluição do planeta. Quando coletados, são separados e processados para serem utilizados como matéria-prima na manufatura de outros materiais, os quais eram feitos anteriormente com matéria prima virgem.
Reciclar contribui para a redução da poluição do solo, da água e do ar, melhora qualidade de vida da população e contribui para manter a cidade limpa, aumenta a vida útil dos aterros sanitários, gera empregos, entre outras vantagens.
Praticamente, todos os materiais podem ser reciclados. Só para se ter uma ideia aqui estão alguns exemplos de lixos domésticos que, com a reciclagem, se transformam em novos materiais.
O aço, por exemplo, é 100% reciclável, se descartado no meio ambiente, se reintegra à natureza em cinco anos. De acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), as latas recicladas são transformadas em novas latas, com grande economia de matéria-prima e energia elétrica.
A cada quilo de alumínio reciclado, cinco quilos de bauxita (minério de onde se produz o alumínio) são poupados. Para se reciclar uma tonelada de alumínio, gasta-se 5% da energia que seria necessária para se produzir a mesma quantidade de alumínio primário, ou seja, neste caso a reciclagem proporciona uma economia de 95% de energia elétrica.
Com garrafas pet podem ser produzidos diversos materiais como estofamentos, carpetes, enchimento para sofás, cadeiras, travesseiros, cobertores, tapetes, cortinas, lonas para toldos e barracas, roupas esportivas, entre tantos outros materiais.
Já os plásticos são materiais, que como o vidro, ocupam um considerável espaço no meio ambiente e podem poluir de forma considerável. Geram uma infinidade de materiais como novos materiais de vidro, cabos de panela, sacolas, baldes, cabides, entre outros.

O que pode e o que não pode ser Reciclado?

São inúmeros os produtos que podem ser reciclados, assim como os que não podem, aqui vamos apresentar os mais comuns em nosso meio. Podem ser reciclados: folhas de cadernos, revistas, jornais, caixas de papelão em geral, folhas de computador, rascunhos, envelopes, fotocópias, cartazes, latas de óleo, de leite, latas de refrigerantes, cervejas, parafusos, pregos, arames, ferro, bronze e chumbo, garrafas, copos e frascos de vidro, embalagens de margarina, garrafas pet, tubos e cabos, sacos plásticos, copinhos plásticos, embalagens de agrotóxicos vazias, isopor e pneus. Não podem ser reciclados: papel higiênico e outros papéis sanitários, papéis plastificados, parafinados e metalizados, guardanapos usados, papéis sujos, fita crepe, papel carbono, etiquetas adesivas, fotografias, tocos de cigarro, esponjas de aço, grampos de cabelo, clipes, tubos de TV, porcelanas, cerâmicas, lâmpadas, vidros planos, espelhos, tomadas, cabos de panelas, pratos plásticos, embalagens de bolachas, couro e sapatos, roupas e trapos de pano, baterias de telefone celular e pilhas.

Um comentário:

  1. o que podemos fazer para mudar isso?
    pois o nosso planeta esta sofrendo com a quantidade de lixo que nas cidades do planeta e do nosso pais esta cada vez mais difícil falar com as pessoa sobre esse assunto .Pois elas acham que umas saco-linhas não vão atrapalhar em nada ou em quase nada quero ajudar a mudar isso sou uma estudante da 8° em GUARAPARI no ESTADO do ESPÍRITO SANTO por favor entre em contato pelo email: jajaflora@Hotmail.com pois estou muito interessada nesse assunto obrigada assinado: JAMILLY

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