sexta-feira, 28 de maio de 2010

Abraço a Guarapiranga


Dia 30 de maio será o dia do Abraço à Guarapiranga, que ocorrerá em três locais: Parque da Barragem na Av. Robert Kennedy, em frente ao102 DP, Solo Sagrado em Parelheiros e Parque Ecológico do Guarapiranga no Jardim Ângela. O evento é promovido pela Rede de Olho nos Mananciais, formada por ONGs ambientalistas, movimentos sociais, universidades, instituições religiosas e diversas organizações da sociedade civil e tem como objetivo a preservação das fontes de água de São Paulo.

Guarapiranga: Diversidade, clima e vida! é o tema do Abraço 2010. Foi uma forma de homenagear o ano Internacional da Biodiversidade ao mesmo tempo procura relacionar a questão local à preocupação global com as mudanças climáticas, por fim reafirma que em síntese a água, particularmente a Guarapiranga, é vida!

O Abraço Guarapiranga vem se consolidando como uma importante oportunidade para a população de São Paulo expressar seu carinho com a centenária represa, e ao mesmo tempo seu inconformismo e protesto pela situação de degradação dos mananciais exigindo mudanças que garantam a preservação das fontes de água da cidade.

Mais que um simples reservatório de água, a Guarapiranga é uma importante referência nos esportes náuticos, no Brasil e no exterior. Está no imaginário da população como a “praia dos paulistanos”, o que reforça a sua vocação como espaço de convivência e lazer e a necessidade de mobilizar esforços para a sua preservação.

É uma boa oportunidade de cobrar os programas de recuperação de manancias, com verba estimada em mais de R$ 1.200.000.000,00 lançado em 2007 no extremo sul da cidade de São Paulo pelo poder público atual.



Programação do Abraço 2010

Robert Kennedy (Região de Capela do Socorro)

Local: Parque da Barragem – Av. Robert Kennedy, altura do número 1.200 - esquina com João de Barro

9h30 - Oficinas ambientais, Maracatu Ilê Aláfia,Capoeira, plantio de mudas

10h30 - Passeio Ciclístico do Abraço à Guarapiranga

12h00 - Abraço simbólico à Guarapiranga

Jardim Ângela (Região de M’Boi Mirim)

8h00 - Caminhada da Paróquia Santos Mártires ao Parque Ecológico Guarapiranga - Rua Seringal Rio Verde, 41 - Jardim Ângela - Tel.: (11) 5833-2838

10h30 - Missa campal no Parque Ecológico Guarapiranga e plantio de mudas

12h00 - Abraço simbólico à Guarapiranga

Solo Sagrado (Região de Parelheiros)

8h00 - Mutirão de Limpeza

10h00 - Limpeza da orla

11h15 - Show musical

11h45 - Saudação do representante do Solo Sagrado

12h00 - Abraço simbólico à Guarapiranga

Após o Abraço haverá oficinas de horta orgânica e reciclagem, além de atividades culturais até às 16h.

Reciclagem de lixo, será obrigatória nas 31 subprefeituras de São Paulo



O Brasil não tem destino adequado para 67 mil toneladas diárias de lixo que são despejados em depósitos e lugares irregulares. “É um volume muito grande”, afirmou o diretor executivo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Carlos Silva Filho. Ele disse ainda que o problema é agravado pelas 20 mil toneladas diárias de resíduos domiciliares que não são sequer coletadas.

O lixo é considerado o principal causador de inundações e doenças nos centros urbanos, como se viu nas recentes enchentes ocorridas no Rio de Janeiro. “E não sendo coletadas, elas são também dispostas inadequadamente e acabam jogadas em terrenos baldios, rios e córregos d’água”.



SÃO PAULO

Depois de 20 anos, o sistema de coleta seletiva de lixo da Prefeitura de São Paulo consegue reciclar, em média, apenas 280 gramas por mês por habitante, o que significa que o paulistano só manda para a reciclagem peso correspondente a uma garrafa PET a cada seis dias. O total representa 1% de todo o lixo produzido na cidade.

A cidade de São Paulo produz mensalmente 293,9 mil toneladas de lixo, coletadas pelos consórcios Ecourbis e Loga Ambiental. Só 3.135 toneladas são recicladas - menos de 1% do lixo da capital.

A população de Porto Alegre, cujo programa de reciclagem é considerado modelo, consegue separar para reciclagem 1,3 quilo por mês por habitante - quase cinco vezes o índice de São Paulo. Em Estocolmo, na Suécia, referência mundial no processo de coleta seletiva, 25% do lixo é reciclado. Cada habitante da capital sueca recicla em média 12,4 quilos por mês - 44 vezes mais do que o paulistano.



"Faltam incentivo e investimento na organização das cooperativas e na capacitação de catadores para que o programa seja ampliado. Nessas duas décadas, a coleta seletiva ainda é algo a que só a classe média paulistana tem acesso. Os municípios precisam encarar a reciclagem como uma política pública fundamental para reduzir os riscos de enchentes e o espaço dos aterros", diz o advogado Fabio Pierdomenico, professor de Direito Ambiental e diretor da Limpurb entre 2002 e 2004.

Nos últimos três anos, os investimentos em coleta seletiva se mantiveram proporcionalmente estagnados. Em seu primeiro ano como prefeito, em 2006, Gilberto Kassab (DEM) aplicou 1,21% da verba empenhada para a coleta do lixo em reciclagem; em 2009 esse índice foi de 1,14%.




Enchentes causaram mais que estragos na cidade. Elas também aumentaram o índice de reprovação do prefeito Gilberto Kassab (DEM) de 27% para 34% em apenas três meses, segundo o Datafolha. Para tentar recuperar a popularidade, ele decidiu contra-atacar. Vai investir na publicidade do que vem sendo chamado pelo governo de mutirão da limpeza. Nos três primeiros meses deste ano, os dois maiores contratos assinados pela gestão do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), não foram nas áreas de Educação, Saúde ou Transporte, o “tripé” prioritário no Plano de Metas 2009-2012. Para divulgar a “São Paulo turística”, o governo chamou, por R$ 30 milhões, duas gigantes publicitárias, ambas com contratos milionários já assinados com a administração estadual de José Serra (PSDB).




Em São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) entregou a pasta de Serviços para o secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes. Alexandre de Moraes passa a gerenciar serviços estratégicos. Transportes, coleta de lixo, varrição, iluminação e serviço funerário. Moraes comandará um orçamento de aproximadamente R$ 3 bilhões, sendo R$ 398 milhões da Secretaria de Transportes, R$ 989 milhões da SPTrans, R$ 454 milhões da CET, R$ 1 bilhão da Secretaria de Serviços e R$ 120 milhões do Serviço Funerário. Moraes é homem de total confiança do prefeito Kassab. Alexandre de Moraes tem uma polêmica no currículo. Como presidente da ex-Febem (hoje fundação Casa), em 2005, ele ignorou a legislação trabalhista para demitir, de uma só vez, 1.674 funcionários concursados da fundação.

A falta de investimentos em reciclagem nas diversas fases do sistema explica por que o processo não vai para a frente. De acordo com a política municipal do setor, criada por lei em 2003, deveriam ser construídas 31 centrais de triagem em todas as subprefeituras em 2007. As obras estavam previstas no novo contrato de coleta de lixo, que entrou em vigor em 2005. Um ano antes, já existiam 14 centrais. Hoje, passados seis anos, são 16.



Parte do lixo reciclável da capital paulista está indo para aterros sanitários comuns. O motivo é que as 16 cooperativas de catadores cadastradas pela Prefeitura para fazer a triagem de lixo estão saturadas e não conseguem receber o material separado pela população. Como resultado, nas últimas semanas, parte do lixo reciclável fica na rua e acaba sendo coletado pelos caminhões de lixo normais, indo parar nos aterros comuns.



Em março deste ano, uma decisão da 3.ª Vara da Fazenda Pública determinou que fossem instaladas centrais de triagem nas 31 subprefeituras até o fim deste ano. Atualmente, só existem 16 centrais na cidade, que funcionam a partir do trabalho de cooperativas de catadores cadastradas.

Prefeitura de São Paulo tem o prazo de um ano para implantar a coleta seletiva de lixo em toda a cidade. A ordem, dada em primeira instância, é do juiz Luis Fernando Camargo de Barros Vidal, da 3ª Vara da Fazenda Pública.

A decisão judicial vai além: determina que a prefeitura dê todo apoio jurídico, administrativo e operacional para a formação de cooperativas de catadores, instale centrais de triagem de lixo regionalizadas e contrate as próprias cooperativas para fazer o serviço de coleta e reciclagem.

O governo vai recorrer da decisão e diz que a meta definida pela Justiça será alcançada até 2012.

fontes
http://blogdofavre.ig.com.br/tag/propaganda/
http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/10503?utm_source=MailingList&utm_medium=email&utm_campaign=Not%C3%ADcias+220410

sábado, 22 de maio de 2010

Um ìndio diplomata nas Aldeias de São Paulo




História da Aldeia

A Estrada da Curucutú se encontra 40 km ao sul da avenida Paulista. E são mesmo quarenta. Talvez até mais. Tomando-se um de nossos "bois metálicos", percorrem-se todos os quilômetros da via Marginal Pinheiros, toma-se, à frente, a avenida Robert Kennedy e, até que ela se acabe, segue-se nela então até outra avenida: avenida senador Teotônio Vilela.


Vencidos os seus mais de 10 km, o bravo e persistente aventureiro chegará finalmente à Estrada da Barragem. Correrá mais 2 km até, finalmente, a Estrada do Curucutú. Daí, então, são mais 5 km até a segunda das aldeias guarani da região, aldeia em que Marcos Tupã come e dorme, geralmente.

Nascido noutra localidade guarani, na Boracéia, em São Paulo, ele foi criado em Ubatuba, com o pai, que não era mas tornou-se um cacique. Um cacique é uma espécie de diplomata, mediando a relação da aldeia com o mundo exterior, defendendo os interesses da comunidade.

Em Ubatuba, Tupã, por pressões de seu pai, começou a preparar-se para a vida política. Estudou com os velhos da aldeia, até onde lhe foi possível. Circulava pelo litoral paulista. Queria aprender a ler e escrever. Alfabetizou-se na aldeia, com professores indígenas, mas "queria mais". Matriculou-se numa escola pública, escola normal, escola "de brancos". E aprendeu. Alfabetizou-se.



"Na época", ele conta, "não tinha escola pública, do Estado, em aldeia. O índio era um analfabeto. Pensava-se, como ainda pensam muitos, que o índio que aprende a ler, e escrever, deixa de ser índio".

Viajando por todo o país, visitando muitas comunidades, Tupã ia e vinha, entre a aldeia Boa Vista de Ubatuda e a aldeia Krukutu de Parelheiros. Krukutu tinha sido fundada por sua família: sua mãe, seu tio Manuel, seu avô.

Estamos em uma das três Terras Indígenas Guarani da cidade de São Paulo. A aldeia Krukutu e Tenondé Porá são as duas comunidades existentes no extremo sul de São Paulo, no bairro de Parelheiros, na região da represa Billings. A terceira T.I. fica no Pico do Jaraguá.



Nossa aldeia tem origem nas famílias que se fixaram na região de Parelheiros na década de 1950. Essa região sempre foi local de passagem para o nosso povo, os Guarani-Mbya que vinha da região das aldeias do Paraná e Rio Grande do Sul para o litoral. Nós nos fixamos nas tekoas, os lugares escolhidos pela facilidade do acesso à yvy marae'i, a Terra Sem Mal, que fica além mar. Nestes lugares é que se pode reproduzir o nhandereko, o modo de ser guarani.

Em 1955, a família do Sr. Nivaldo Martins da Silva Karai Roka Ju, liderados pela sua avó D. Vitalina, que primeiro se fixou na área que é hoje a aldeia vizinha Tenonde Porã ou da Barragem.

Eles vinham de Mangueirinha no Paraná e passaram algum tempo em Itariri, em Santos e Rio Silveira ( São Sebastião) e ainda retornaram por uma ano para o Paraná antes de irem morar na futura aldeia.

Chegaram ali depois do convite feito por um sitiante japonês chamado Kugo Igo. Ele tinha visto a família do seu Nivaldo na Ponte do Socorro, onde tentavam vender seu artesanato. O sitiante perguntou se eles não queriam ir para a terra que tinha. Os Guarani poderiam ficar morando lá e em troca ajudariam Igo na sua plantação de mandioquinha que era vendida no Ceasa. Um tempo depois, o sitiante resolveu ir para o Japão e deixou para o pai de seu Nivaldo, Eduardo Martins da Silva, o documento que passava a terra à eles.


Nessa época a região que é hoje a Aldeia Krukutu, era usada para caça e para extrair material para o artesanato e para nossas casas. Em 1975, Dorinha da Silva e seu filho Manoel Vera se fixaram na área. Manoel, ainda mora na aldeia e conta:

"Quando meu pai morreu, eu tinha 13 anos e tive que fazer uma casa para colocar a minha mãe. Aí que conheci um japonês aqui na Barragem, que era Iakusa Nakamora, a gente chamava ele de Sensei. Ele veio um dia aqui pescar e disse que já que tínhamos um passado aqui, eu podia ficar com o terreno. Aí ele me ofereceu esse pedaço de terra."

A primeira liderança da Aldeia Krukutu foi seu Manoel, quem o substituiu mais tarde foi o Sr. Nivaldo, posteriormente Ventura Papa, Marcos Tupã e agora Manoel Werá novamente.

Na década de 1970, mesmo com a posse da terra dada pelo Sr. Nakamura para a comunidade, nós sofremos uma série de agressões de grileiros. A regularização de nossa tekoa aconteceu em 1987, depois que os caciques Guarani do estado de São Paulo lutaram na justiça para terem suas terras reconhecidas. Quem representava a nossa aldeia, nesta época, era Manoel da Silva Werá.

A luta para oficializar nossas terras começou em 1979 e contou com o apoio do Centro de Trabalho Indigenista (CTI), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Funai e governo do estado de São Paulo, gestão do governador Franco Montoro.

Em 1985, o Sr. Nivaldo, até então chefe da Tenondé Porã, veio morar aqui na Krukutu e com ele chegaram também novas famílias que vinham de Palmeirinha, no Paraná.



Com o crescimento acelerado e desordenado da região e a falta de espaço para manter o modo de vida tradicional guarani nos atuais 25,88ha, entramos no ano de 2001, juntos com as aldeias Tenonde Porã e Jaraguá, com o pedido de redemarcação de nossas áreas. Na atual área não conseguimos que nossas plantações sejam boas e não podemos mais extrair o que precisamos da mata e da terra que é pequena.

Sobre a redemarcação, o ultimo parecer da Funai no ano 2004, foi contrario a ampliação. O estudo pedindo a ampliação, segundo a fundação, estava incompleto. Em 2001 também a nossa Associação Guarani Nhe' ê Porã foi legalizada, também foi o ano que construímos a nossa atual Casa de Reza.



Cultura Guarani

Nós os Guaranis Mbya estamos em várias regiões da América do Sul. Há aldeias na Argentina, Paraguai e Bolívia. Estamos na região do litoral do Brasil, nos estados que vão do Rio Grande do Sul até o Espírito Santo. Há também aldeias no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Somos no Brasil a maior etnia indígena,somando aproximadamente 35 mil Guaranis.

Acreditamos que o planeta foi feito por Nhanderu, o nosso deus. Ele fez muita coisa bonita; a mata, as aves, os animais, as águas, a terra em que plantamos, tudo o que criou foi para que usufruíssemos. Nhanderu também criou o Sol, e para nós, ele não é só uma simples estrela de luz própria, como é para os juruas. O Sol é um ser muito representativo para nós, porque foi ele quem criou o primeiro Guarani. É ele que ilumina a Terra e fornece a energia para que o planeta tenha essa energia positiva que dá a vida.

Somos um povo bastante religioso. No nosso dia a dia, o guarani está sempre em busca ou ligado a essa força espiritual de Nhanderu, do Sol. Todas as coisas que fazemos - nosso trabalho, as brincadeiras das crianças - são voltadas para essa busca.

Nosso calendário não é como o do jurua, ele é dividido em ara pyau, tempo novo e ara ymã, tempo velho. Essa divisão está ligada à trajetória que o Sol faz. O ara pyau para nós é o período de primavera e verão, quando o dia é mais longo e o sol faz uma caminhada maior, e o ara ymã é no outono e inverno, no período de frio, nesta época em que o dia é mais curto.

Todos os dias nós nos encontramos na Opy, a Casa de Reza, para cantarmos e dançarmos, para rezar a Nhanderu e os mais velhos ensinam as crianças o nosso conhecimento ancestral. Na aldeia nossa principal liderança é o xeramoi, o nome do pajé Guarani. Aprendemos, no nosso cotidiano, a importância de todos os seres e que cada elemento da natureza tem um espírito. O Guarani acredita muito nesses seres porque são eles que dão a vida para nós. Nos manda a chuva, a água e tudo que precisamos para nos manter vivos. Desta forma, estamos muito ligados à natureza. Se este ambiente acabar o Guarani ficará sem estrutura, então lutamos para manter tudo isso que Nhanderu criou.

Hoje, nós Guarani Mbya, buscamos parceiros para defendermos nossos espaços, que mesmo demarcados, sofrem algum tipo de pressão. Parceiros que possam nos ajudar em mantermos tudo que foi nos deixado de bom. O jurua está acabando com o planeta Terra e nós estamos preocupados com isso.




Marcos Tupã da aldeia Krukutu



Fontes
http://www.culturaguarani.org.br/homebr.html
http://br.noticias.yahoo.com/especiais/id_tupa

terça-feira, 18 de maio de 2010

"Cidade de São Paulo ainda recicla apenas 1% de todo o lixo"



O programa municipal de coleta seletiva de São Paulo ainda deixa muito a desejar. É positivo que tenha passado de um sistema caro, insustentável, no início dos anos 1990, para um programa realista, baseado na inserção dos tradicionais coletores de materiais recicláveis - os catadores - de forma cooperativada.

Ocorre que, na prática, a coisa não funciona tão bem. Após sete anos, o programa da maior cidade do País ainda é inexpressivo, reciclando menos de 1% do lixo. O número de cooperativas conveniadas está muito aquém do necessário, deixando grande parte da cidade sem atendimento. E o município ainda gasta milhões com isso. Onde está o erro?

Depois de 20 anos, o sistema de coleta seletiva de lixo da Prefeitura consegue reciclar, em média, apenas 280 gramas por mês por habitante, o que significa que o paulistano só manda para a reciclagem peso correspondente a uma garrafa PET a cada seis dias. O total representa 1% de todo o lixo produzido na cidade.

A população de Porto Alegre, cujo programa de reciclagem é considerado modelo, consegue separar para reciclagem 1,3 quilo por mês por habitante - quase cinco vezes o índice de São Paulo. Em Estocolmo, na Suécia, referência mundial no processo de coleta seletiva, 25% do lixo é reciclado. Cada habitante da capital sueca recicla em média 12,4 quilos por mês - 44 vezes mais do que o paulistano.

"Faltam incentivo e investimento na organização das cooperativas e na capacitação de catadores para que o programa seja ampliado. Nessas duas décadas, a coleta seletiva ainda é algo a que só a classe média paulistana tem acesso. Os municípios precisam encarar a reciclagem como uma política pública fundamental para reduzir os riscos de enchentes e o espaço dos aterros", diz o advogado Fabio Pierdomenico, professor de Direito Ambiental e diretor da Limpurb entre 2002 e 2004.

Nos últimos três anos, os investimentos em coleta seletiva se mantiveram proporcionalmente estagnados. Em seu primeiro ano como prefeito, em 2006, Gilberto Kassab (DEM) aplicou 1,21% da verba empenhada para a coleta do lixo em reciclagem; em 2009 esse índice foi de 1,14%.

A falta de investimentos em reciclagem nas diversas fases do sistema explica por que o processo não vai para a frente. De acordo com a política municipal do setor, criada por lei em 2003, deveriam ser construídas 31 centrais de triagem em todas as subprefeituras em 2007. As obras estavam previstas no novo contrato de coleta de lixo, que entrou em vigor em 2005. Um ano antes, já existiam 14 centrais. Hoje, passados seis anos, são 16.



A coleta seletiva com a inserção de catadores é possível. E justa. Pode ser duradoura e sustentável. Mas só ser for encarada pelo governo como um serviço público indispensável, dentro de uma política de gestão integrada de resíduos. Como ampliar a coleta e estender o serviço? As soluções são simples. Descentralizem a gestão, colocando em prática o que está proposto nos planos: pelo menos uma Central de Triagem por subprefeitura.

O gargalo também ocorre na coleta seletiva nas ruas. Dos 292 caminhões contratados para recolher o lixo na capital, só 20 são destinados ao reciclável (7%).

Estagnação

A cidade de São Paulo produz mensalmente 293,9 mil toneladas de lixo, coletadas pelos consórcios Ecourbis e Loga Ambiental. Só 3.135 toneladas são recicladas - menos de 1% do lixo da capital.

Em São Paulo, o lixo reciclado é separado nas centrais de triagens pelas cooperativas de catadores associadas à Prefeitura, que vendem o material para as empresas. O ganho mensal médio de um cooperado conveniado é de R$ 700. Como são poucas as centrais de triagem, existem mais duas alternativas aos carroceiros: Atuar em uma cooperativa não conveniada ou fazer o serviço de forma autônoma. Segundo o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, há 94 grupos organizados na capital paulista, entre associações e cooperativas. Dessas, apenas 16 são conveniadas.

O catador José Carlos dos Santos, de 55 anos, sobrevive do material reciclável arrecadado em caçambas e edifícios que ainda não aderiram à coleta oficial de porta em porta nas ruas de Perdizes, na zona oeste. Após um dia de trabalho, ele chega a carregar 300 quilos em seu carrinho. Vende tudo a um ferro-velho e ganha cerca de R$ 800 por mês. Catador autônomo desde que chegou, nunca quis entrar em uma cooperativa.

Sem convênio. A Cooperglicério, onde Gilson trabalha com outros 40 catadores, também não é conveniada. Sua área, embaixo do viaduto de ligação com a Radial Leste, é cedida pela Prefeitura, mas todos os outros gastos são rateados entre cooperados, que têm apoio de empresas.

Os lucros são divididos e, após cinco anos, a cooperativa vai comprar sua primeira prensa. Hoje, o único equipamento que auxilia o trabalho é uma balança emprestada. "Protocolamos vários ofícios para tentar nos credenciar na Prefeitura. Por mais preparado que a gente esteja, eles criam obstáculos", diz Romeu Sérgio Bueno, de 55 anos, presidente da cooperativa. Para ele, é "absurdo" o carrinho ainda ser usado. "Puxamos porque precisamos, não porque gostamos. É desumano, não temos estrutura óssea para isso."


O lixo é um dos mais graves problemas ambientais que afetam o planeta terra, ameaçando todos os ecossistema existentes. O alto crescimento demográfico juntamente com o consumo exarcebado da população, especialmente nos países ricos, acarretou uma demanda imensurável na produção de lixo que afeta inclusive os oceanos. A produção de lixo urbano de toda a espécie produzido no planeta somam milhares de toneladas diariamente, grande parte sem destino certo. A reciclagem do lixo aparece já há algumas décadas como uma das melhores soluções para resolver parte desse problema, ou ao menos diminuir consideravelmente o volume do lixo.



Como o Lixo Domestico Vira Beneficio Reciclar significa repetir um ciclo. E para compreendermos a importância da reciclagem, temos de transformar o conceito de lixo.
O lixo, quando descartado de forma correta, se transforma em matéria-prima. A reciclagem surgiu como uma maneira de inserir no sistema uma parte da matéria que se tornaria lixo e, consequentemente, contribuiria para a poluição do planeta. Quando coletados, são separados e processados para serem utilizados como matéria-prima na manufatura de outros materiais, os quais eram feitos anteriormente com matéria prima virgem.
Reciclar contribui para a redução da poluição do solo, da água e do ar, melhora qualidade de vida da população e contribui para manter a cidade limpa, aumenta a vida útil dos aterros sanitários, gera empregos, entre outras vantagens.
Praticamente, todos os materiais podem ser reciclados. Só para se ter uma ideia aqui estão alguns exemplos de lixos domésticos que, com a reciclagem, se transformam em novos materiais.
O aço, por exemplo, é 100% reciclável, se descartado no meio ambiente, se reintegra à natureza em cinco anos. De acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), as latas recicladas são transformadas em novas latas, com grande economia de matéria-prima e energia elétrica.
A cada quilo de alumínio reciclado, cinco quilos de bauxita (minério de onde se produz o alumínio) são poupados. Para se reciclar uma tonelada de alumínio, gasta-se 5% da energia que seria necessária para se produzir a mesma quantidade de alumínio primário, ou seja, neste caso a reciclagem proporciona uma economia de 95% de energia elétrica.
Com garrafas pet podem ser produzidos diversos materiais como estofamentos, carpetes, enchimento para sofás, cadeiras, travesseiros, cobertores, tapetes, cortinas, lonas para toldos e barracas, roupas esportivas, entre tantos outros materiais.
Já os plásticos são materiais, que como o vidro, ocupam um considerável espaço no meio ambiente e podem poluir de forma considerável. Geram uma infinidade de materiais como novos materiais de vidro, cabos de panela, sacolas, baldes, cabides, entre outros.

O que pode e o que não pode ser Reciclado?

São inúmeros os produtos que podem ser reciclados, assim como os que não podem, aqui vamos apresentar os mais comuns em nosso meio. Podem ser reciclados: folhas de cadernos, revistas, jornais, caixas de papelão em geral, folhas de computador, rascunhos, envelopes, fotocópias, cartazes, latas de óleo, de leite, latas de refrigerantes, cervejas, parafusos, pregos, arames, ferro, bronze e chumbo, garrafas, copos e frascos de vidro, embalagens de margarina, garrafas pet, tubos e cabos, sacos plásticos, copinhos plásticos, embalagens de agrotóxicos vazias, isopor e pneus. Não podem ser reciclados: papel higiênico e outros papéis sanitários, papéis plastificados, parafinados e metalizados, guardanapos usados, papéis sujos, fita crepe, papel carbono, etiquetas adesivas, fotografias, tocos de cigarro, esponjas de aço, grampos de cabelo, clipes, tubos de TV, porcelanas, cerâmicas, lâmpadas, vidros planos, espelhos, tomadas, cabos de panelas, pratos plásticos, embalagens de bolachas, couro e sapatos, roupas e trapos de pano, baterias de telefone celular e pilhas.

Maior capital do Brasil não consegue atender a demanda de ciclistas



Apesar de o número de viagens diárias feitas em bicicleta na cidade de São Paulo já superar, desde 2007, a quantidade de viagens de táxis, o ciclista paulistano ainda enfrenta a falta de infraestrutura para o seu deslocamento. Em todo o município são apenas 35,5 quilômetros de ciclovias. Na região de maior trânsito da cidade, dentro do limite das marginais, com raras exceções não há lugares seguros para os ciclistas circularem.

A falta de espaço nas ruas da cidade é a grande vilã, apontada por representantes da prefeitura do município. "É uma dificuldade física encontrar um espaço que seja para ciclovia, que não atrapalhe as outras modalidades de trânsito. Que não tire tanto espaço dos outros módulos e que não atrapalhe o pedestre", diz André Goldman, representante do gabinete da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Contrariando as justificativas das autoridades, Eric Ferreira, ex-diretor da organização não governamental The Institute for Transportation and Development Policy (ITDP) e elaborador de um plano cicloviário para a cidade de São Paulo em 2006 (que não foi colocado em prática) afirma que as poucas vias destinadas às bicicletas na cidade são resultado de uma má administração dos espaços e da submissão da política municipal à supremacia dos carros. Para ele, por exemplo, o lugar utilizado pelos carros estacionados nas ruas, mesmo nas áreas mais movimentadas da cidade, poderia ser utilizado como faixa de ciclistas ou de ônibus.



"Qual a diferença que tem de você pegar o seu sofá agora e botar lá onde o carro está? Se você ocupar aquele espaço com o seu sofá, tem diferença? Aí a polícia vai tirar você de lá. Para quê? Para o carro ficar parado. O espaço está lá. Falta coragem de administrar aquele espaço. Se não há essa coragem, não vai achar espaço. Isso serviria para as ciclovias", afirma Eric, hoje professor da Universidade Federal Rural do Semiárido em Mossoró (RN).

O ciclista paulista Felipe Aragonez apóia a implementação de mais ciclovias na cidade, mas não as vê como única solução. "Você não tem como botar ciclovia na cidade inteira. O ideal é um planejamento cicloviário, com ciclofaixas, e educar os motoristas".



Número de ciclistas continua crescendo

Apesar de encontrar um cenário totalmente desfavorável, o número de deslocamentos diários de bicicletas tem aumentando fortemente na maior capital do Brasil. Em 1997, o número de deslocamentos feitos por bicicleta equivalia a apenas 54% (54 mil viagens diárias) do número de viagens diárias de táxis (91 mil). Nos dez anos seguintes, esse número saltou. Em 2007 já passava a ser 87% (148 mil) superior aos deslocamentos de táxis (79 mil).

Em números absolutos de viagens diárias, a bicicleta foi o segundo modo de transporte que mais cresceu de 1997 a 2007 na cidade: passou de 54 mil viagens por dia para 148 mil, um aumento de 174%. O primeiro modo, com maior crescimento, foi o transporte por moto, que aumentou 294% (de 99 mil viagens diárias em 1997 para 391 mil em 2007).

Os dados são da pesquisa Origem Destino, realizada pelo Metrô de São Paulo, divulgada em 2008. Os deslocamentos de bicicleta considerados não levam em conta aqueles feitos para a prática de esporte e lazer.



Lembrando ainda que a bicicleta além de aliar sáude, lazer e bem estar, não deixa de ser um veículo a propulsão humana, que se encontra inserido no código brasileiro de trânsito. Portanto passe a respeitar, para não sofrer a penalidades previstas em lei.

A Bicicleta no novo Código de Trânsito Brasileiro

Art. 39 - Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros o condutor deverá:

Parágrafo único - Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário pela pista na qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem.

Art. 59 - Nas vias urbanas e rurais de pista dupla, a circulação de deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos das pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado pela via, com preferência sobre os veículos automotores.

Art. 60 - Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via, será permitida a circulação de bicicletas em passeios.

Art. 69 - É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passagens apropriadas das vias e dos acostamentos das vias rurais para circulação, podendo a autoridade competente permitir a utilização de parte da calçada para outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de pedestres.

$1º - O ciclista desmontado empurrando a bicicleta se equipara ao pedestre em direito e deveres.

Art. 106 - São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a serem estabelecido pelo Contran:

VIII - Para bicicletas e ciclomotores, a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado esquerdo.

$3º - Os fabricantes, os importadores, os montadores, os encarroçadores de veículos e os revendedores devem comercializar os seus veículos com os equipamentos obrigatórios definidos neste artigo, e com os demais estabelecidos pelo Contran.

http://calangobikers.wordpress.com/2008/11/18/a-bike-no-codigo-de-transito-brasileiro/

Programa de metas prefeitura de São Paulo (Habitação)



A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho diz ser a primeira a possuir, em sua intranet, uma versão interna da Agenda 2012 de Metas prevista por lei para o município classificada por distrito .

Por exemplo no Programa de Regularização Fundiária e atendimento a família no Programa de Urbanização de Favelas:

Atender 120 mil novas famílias no Programa de Urbanização de Favelas.
Secretaria responsável: Habitação.

Atender 234 mil novas famílias no Programa de Regularização Fundiária.
Secretaria responsável: Habitação.
Documento de Averbação ou Titulação ou Emissão de Auto de Regularização Técnica ou Orientação para Usucapião ou Posse nos Termos da MP 459/09 emitido.

Dados atualizados até: fevereiro de 2010.

Interessante é navegar neste sitio e verificar claramente que muitas das metas prevista para regiões do extremo Sul quanto construção de unidades habitacionais, rede de esgoto, levantamento social, definição de perímetro e elaboração de projeto para Regularização Fundiária de Núcleos Urbanizados, Regularização Fundiária de Favela Urbanizada, Regularização Fundiária de Núcleos em Mananciais, Projetos e Obras em Loteamentos Irregulares, nos distritos de Capela do Socorro, Campo Limpo e M'Boi Mirim, a planilha é clara com a sigla N/A (não se aplica) ou 0 (zero metas).



A Agenda 2012, programa de metas para a Cidade de São Paulo, reitera o compromisso do governo municipal com a gestão transparente, responsável e inovadora como na definição das ações de curto, médio e longo prazos para o Município. Sua elaboração atende às exigências da Emenda nº 30 à Lei Orgânica do Município, aprovada pelo Legislativo em fevereiro de 2008.

Comum a todas as secretarias municipais, a Agenda 2012 traça planos de atuação específica em cada área da Cidade e estimula maior participação e acompanhamento do cidadão na resolução de pontos de seu interesse, tendo no site da Agenda (www.prefeitura.sp.gov.br/agenda2012) um panorama completo da situação das obras e projetos.

Entretanto quanto atender 75 mil famílias moradoras em favelas e loteamentos irregulares em áreas de mananciais a Secretaria de Habitação deixa claro que exite, definição de área, projeto, edital, licitação, contratação e até obra em andamento nas maioria das regiões citadas.

Entenda como quiser..

Lembrando que o PRM(programa de recuperação de manancias),é um projeto em andamento desde início de 2009, anunciado pelos governo e prefeitura de São Paulo, um conjunto de obras a ser feito em áreas das bacias da Guarapiranga, Billings, Alto Tietê, Cantareira e Cotia, cinco dos principais mananciais da água consumida pelos moradores da Grande São Paulo.



As obras anunciadas incluem a urbanização de favelas, ampliação de redes de esgoto e de abastecimento de água, pavimentação de ruas, drenagem e canalização de córregos, entre outras benfeitorias. O investimento total, que soma recursos das prefeituras de São Paulo, São Bernardo e Guarulhos, do governo estadual, da União e do Banco Mundial (Bird), chega a R$ 1,22 bilhão e deve ser concluído até 2011.

www.prefeitura.sp.gov.br/agenda2012
http://www.saneamento.sp.gov.br/mananciais_arquivos.html