terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Carta aberta "O grito dos excluídos"


Comentando responsabilidades ambientais
REFLEXÕES PARA AGENDA 21-FEV/09-MBOI MIRIM

Os participantes da Agenda 21 têm a responsabilidade de representar sua comunidade, e por ser um ato espontâneo carrega consigo o compromisso do exemplo, e que perde o sentido se este exemplo não for transferido para sua comunidade, principalmente em forma de atos. Temos que formar CONSCIÊNCIAS.


Perde o sentido se ficarmos em discussões estéreis, para que não caiamos nas velhas armadilhas de alguns políticos, com palavreados pomposos e bonitos, ou aproveitam da desgraça presente para sobreviverem destes votos, enquanto o tempo passa e não saímos da mesmice. Temos que COBRAR AÇÕES REAIS.

É preciso ter a consciência, que a Agenda 21 não tem vínculo de partidarismo político, e não tem cabresto, não é um punhado de filósofos que se reúnem para discutir o óbvio, que A SITUAÇÃO AMBIENTAL está em acelerada degradação, é o lugar onde temos de definir as ações que precisamos tomar.

Partindo do pressuposto que estas ações devem atingir dois focos responsáveis pela SITUAÇÃO AMBIENTAL, que é o próprio ser humano físico, e o estado que age de forma negligente, sem nos esquecermos dos representantes deste estado que muitas vezes a negligência assume ares criminosos, quando o objetivo é auferir lucros mediante liberação de ações prejudiciais ao meio ambiente. A estes atos temos que DENUNCIAR.

Não podemos mais calar e cruzar os braços, porque o quadro é insustentável, em contrapartida devemos dar a mão ao poder público para equacionar uma solução, mas que o poder público fique ciente que será cobrado sua responsabilidade. Devemos fazer nosso papel de orientador, motivador e de educador em nossa comunidade. Não precisamos abraçar todos os problemas do planeta Terra, mas se apegarmos a dois itens somente, com certeza faremos uma diferença brutal. Estes dois itens que proponho que sejam eleitos sejam lixo(incluso entulhos) e preservação dos mananciais. São visíveis, envolve conscientização e até DENÚNCIAS.

É necessário uma política que respeite ao ocupador dos mananciais, que tenha um projeto justo de dignidade, apoiado por ações que não permitam novas ocupações dos mananciais. É preciso uma campanha perene de educação sobre o manuseio correto do lixo, com suporte do poder público com ações coercitivas. É preciso educar com explicações, e mostrar o custo do desvio de conduta.

Precisamos discutir a apatia do estado, que a qualquer custo quer transferir para o cidadão a exclusiva responsabilidade da degradação ambiental. Como engenheiro faço algumas colocações, não com o intuito de colocar o estado na cadeira dos réus, mas para que os políticos e seus nomeados reflitam sobre as condições do problema, e principalmente agora que sabemos que o nosso prefeito se fez extensão de suas decisões técnicas 11 engenheiros de uma escola de renome , A ESPERANÇA SE RENOVA, mas precisamos cobrar:

A degradação da represa Guarapiranga:

1 - Ocupação desenfreada dos mananciais por construtoras, ainda hoje o estado é negligente, permitindo esta ocupação, mediante ações geradas dentro da nossa própria subprefeitura, M`Boi Mirim. Ações que não são para ajudar o atual ocupador , mas estimular novos ocupadores, corrida imobiliária.

2- O estado desde 1994 promete uma solução para coleta de esgoto, que é inviabilizada pela longa distancia para ser tratada na monumental Estação de Tratamento de Barueirí. Enquanto isto 3,5 milhões de paulistas bebem água originária de fonte poluída e que dá asco. Em paralelo temos uma política conduzida pela SABESP que a quase 15 anos segue a diretriz do mesmo partido político, portanto não têm com quem dividir responsabilidade pela situação, cuja ferramenta para solução esta nas mesmas mãos. Temos que GRITAR.

3- O lixo e entulho nas margens da represa, para o qual devemos conscientizar a população num processo intenso e contínuo, mas COBRAR o estado de forma unificada pela parte municipal e estadual, com ações conjuntas para coibir. Se este sincronismo se mantiver com um elo forte pode ser que daqui a 5 anos poderemos estar em outro nível, e chegarmos a proposta de responsabilidade pela lixo da rua do próprio morador,como fazem os japoneses, onde não existem varredores de rua. A limpeza da rua é responsabilidade do cidadão, pois o estado não consegue ser responsável por tudo, mesmo no segundo pais mais rico do planeta.

4- O estado precisa ter a consciência que concretar as margens dos afluentes da represa é um absurdo ambiental, e deveriam ficar corados em mostrar isto e jornais das subprefeituras como ações ambientais.

5- Os 3,5 milhões de prejudicados por esta água precisam demonstrar seu desagrado, questionando na Justiça, direito do consumidor que se não tratar o esgoto despejado na represa Guarapiranga, não se pode cobrar a parte do tratamento do esgoto, incluindo a parte retroativa, de mais de 10 anos que foram enganados. Negociar judicialmente o crédito por solução em caráter de emergência, com punição do não cumprimento de prazos, que a mais de uma década são postergados.


6- ORIENTAR A COMUNIDADE PARA QUE SÓ VOTE EM QUEM ABRACE A CAUSA DOS MANANCIAIS. E denuncie as construtoras ilegais, para Promotoria Comunitária do Júri de Sto. Amaro , Email: pj3tribjuri@mp.sp.gov.br / rossini@mp.sp.gov.br


7- Precisamos entender que a Agenda 21 é um esforço mundial, com verbas, que devem ser canalizadas para os problemas afins, e não converter as verbas em confetes e serpentinas com fins eleitoreiros. Essa verba deve ser aberta, de forma clara e simples, com as aplicações a ser definidas e aprovadas pelos participantes da Agenda 21. Se não viramos mais um bando de manipulados que perambula nos corredores da subprefeitura.


Eng. Odair José Luciano- 14/02/09